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sábado, agosto 28, 2010

30 dias


   Nome? Idade? Suas preferências? Essas são possivelmente as respostas mais comuns usadas para se conhecer alguém. Sou Joanna Garcia, 21 anos. Ah, e minhas preferências? Eu poderia dizer coisas como famílias, amigos ou o amor. Hipocrisia. Família? Perdi. Amigos? Nunca tive. Amor? O mais próximo que cheguei disso foi uma noite com um desconhecido, fizemos juras eternas: iríamos nos casar em Las vegas e ter 7 filhos. Pena que no dia seguinte eu acordei sozinha no meu apartamento.
   Meus pais morreram em um acidente de trânsito quando eu tinha 17 anos. Cursava o último ano do colegial nessa época, e a garotinha exemplo foi de responsável à desiquilibrada em pouco tempo. Morei com minha tia nessa época, o inferno. Aos 18 anos, fugi da cidade pequena em que morava e fui para São Paulo, viver a vida a meu modo. Posso dizer que não foi difícil arranjar um emprego: modestia à parte, sou bonita e sei usar isso. Comecei como atendente de uma boate, aos poucos fui promovida e hoje sou gerente de uma das boates mais conhecidas da cidade.
   A minha vida se resume a noites intermináveis, bebidas, sexo, rock, às vezes droga. Não me lembro de ter visto o sol muitas vezes nos últimos 3 anos. Sou como uma coruja, sim. Cada noite uma nova experiência, uma nova paixão. A única pessoa que realmente conheço é meu chefe, ele é uma espécie de anjo para mim. Não que ele seja uma pessoa decente. Alto, moreno, 28 anos, bonito. Às vezes dá em cima de mim, e já ficamos algumas vezes. Ele, assim como eu, nasceu para viver na noite. Em dias vazios, se comporta muito pior do que eu, mas, diferente de mim, sabe a hora de parar: é ele que me tira dos apuros.
  Todos que me conhecem, ainda que só por uma noite, acabam pensando que um dia vou me matar. Pro diabo com isso. Sou como os grandes heróis, morrerei dignamente ao menos. Droga, estou apenas vivendo.

CONTINUA (...)

sexta-feira, agosto 20, 2010


Lembra-se de quando eu disse que não o procuraria mais? Esqueça. Sei que jurei isto, mas por algum motivo, eu passo as noites em claro pensando em você. E me pergunto se alguma vez no seu dia você se lembra de mim, pois é isso que acontece comigo o tempo todo. Procuro o número de seu telefone para ao menos ouvir sua voz e não encontro - o apaguei. Não faz mal, lembro sozinha. Demorou, mas sei o que tenho que fazer agora. Desisto de te esquecer, desisto de te ter. Desisto de você.

terça-feira, agosto 10, 2010

A carta


Peço que evite transitar por onde meus olhos possam alcançá-la
peço também que evite me dirigir a fala
ou qualquer tipo mais efusivo de cumprimento;
no máximo um levantar de sobrancelhas
elimine o aperto de mão ou os sociais beijinhos
se puder abaixe o tom de sua voz caso eu esteja próximo
não me peça opinião sobre a sua roupa
peço ainda que não chame meu nome,
exceto em caso de incêndio

Peço tudo isso humildemente,
na verdade suplico
você não tem idéia da devastação
que provoca em meu espírito
as mínimas coisas que faz
de tal forma que nada mais é mínimo
parece calculado com exímia arte e perícia
cada seu movimento, cada gesto

Você não sabe quantas horas preciso para ler três linhas no dia em que você sorri, e nem precisa ser pra mim

você não imagina os malabarismos que faço
para não ser notado e assim te seguir
pela janela do olhar escondido atrás de toneladas de paixão

Ah! se você soubesse o tempo que fico imaginando você, sua voz, seu cheiro
seu andar, recompondo sua imagem de maneiras incontáveis
eu sei você de cór, mas todo dia você me surpreende

Mas desejá-la é um sonho
você pode ter o homem que quiser
e sei que não me encaixo nos seus planos
sinto-a deusa, eu um mortal

Para despistar a dor invento-lhe defeitos
mudo sua imagem no fotoshop do meu coração
mas o original persiste e zomba de mim
de meus esforços para tentar
te esquecer em vão

Então resolvi escrever-lhe esta carta
para pedir-lhe que pare, mas agora me dou conta: parar com o quê?
pois,ainda que você não fizesse nada
basta existir pra que eu me sinta completo,
completo não por tê-la
mas somente por desejá-la
você pode nunca vir a me amar
mas, eu sei que meu desejo,
meu sentimento, meu motivo de ser,
minha dor e meu remédio
minha manhã de sol e meus vendavais
meu nascer e minhas mortes
minha seca e meus rios
meu silêncio e minha canções
só existem por você

Escrito por: João Marcos (meu professor de literatura ♥)

segunda-feira, agosto 09, 2010

Ain't that a bitch?


Mais uma vez eu me perguntava se as coisas estavam indo bem. Porque o amor nunca fez sentido para mim. Às vezes me machucava, às vezes machucava os outros. E nunca as coisas pareciam estar em sintonia.   Porque o amor é como o vestido certo na garota errada. E eu sinto que sou a garota errada. Mas, também, você nunca foi um vestido certo.

*frase em negrito de Ain't that a bitch - Aerosmith.

sábado, agosto 07, 2010

I can't explain and I won't even try

Quer saber? Cansei. Você já deveria ter percebido isso, mas está tão concentrado em si mesmo. Cansei de procurar um jeito de lhe dizer tudo que sinto, e seus joguinhos não me ajudam nem um pouco. Você diz que se importa, mas não age desse jeito. O que mais você espera que eu faça? Já te dei milhares de sinais. Não posso e nem tentarei explicar.