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sábado, julho 30, 2011

Sobre esquecer

Para todos aqueles que não aprenderam a conjugar o verbo esquecer:
Há coisas que devem ser esquecidas, mas não devem ser apagadas. Guarde-as, mas não pense nelas. Um dia você pode precisar.
Há coisas que queremos esquecer, mas na verdade devem ser recicladas. Transforme lembranças ruins em aprendizagem. É o melhor caminho para não errar novamente.
Há coisas que precisam ser esquecidas, mas não são fáceis. Jogue fora tudo que te impede. Lembre-se, lugar de lixo é no lixo.
Há coisas que nos pedem para esquecer, mas não deve-se obedecer. Perdoe, mas não esqueça. As pessoas tem tanto direito à uma segunda chance quanto a um segundo erro.
Há coisas que nunca podem ser esquecidas, mas se perdem na correria. Deixe sempre no caminho. Chaves, documentos, dinheiro, celular e sorrisos.
Há coisas que esquecemos sem querer, mas machucam. Dê parabéns pelo aniversário, casamento, emprego. Na falta de um presente, diga palavras bonitas.
Há coisas que esquecemos por parecer pequenas, mas não são. Detalhes são essenciais. Diga eu te amo ao se despedir de alguém querido, mande uma mensagem de boa noite, colha uma flor de algum canteiro e dê para alguém.
Há coisas que esquecemos com o passar do tempo, mas fazem falta. Sentimentos não envelhecem. De vez em quando, fale àquela pessoa que você conhece a muito tempo o quanto ela é especial.
Há coisas que esquecemos por falta de tempo, mas são necessárias. Você morre se não respirar. Tire férias da responsabilidade que te sufoca e divirta-se.
E o principal, lembre-se: o verbo esquecer é transitivo, esquece-se algo. Não invente de esquecer pessoas. Se é preciso esquecer, é porque marcou. E tudo que marca tem um lado bom e um lado ruim, por mais implícito que estejam.

segunda-feira, maio 16, 2011

Chore mais


Dizem por aí que chorar lava a alma, e eu concordo. Não há nada de feio, errado ou fraco em chorar. Eu choro por raiva, tristeza, alegria, angústia, ou só por chorar. A lágrima é a concretização dos sentimentos, é aquele excesso, quando não cabe mais dentro de nós tudo que carregamos, quando o peso se torna demais, quando não queremos ignorar. Chorar deixa mais leve. Se alguém pensa que chorar é ruim, nunca experimentou a sensação de ter vontade de se libertar e não conseguir. Quem pensa que chorar é ruim, não sabe como é se sentir seco no meio de tantas emoções, como um deserto no meio do mar. Chorem mesmo, mulheres, borrem a maquiagem de vez em quando, desçam do salto, abracem aquele urso de pelúcia perdido. Chorem mesmo, homens, esqueçam aquela imagem de durão, procure sua mãe e chore no colo dela como quando era criança. Chorar não te torna mais forte ou mais fraco, apenas humano.

domingo, maio 15, 2011

Meu coração tá ferido de amar errado


Acho que as pessoas mentem um pouquinho quando dizem que você pode ter ou ser tudo que quiser. Mentem ao falar que a concretização de seus sonhos só depende de você. Você pode se esforçar, fazer tudo certo, mas a vida pisa em todos. Não estou sendo pessimista não, é que às vezes as coisas só não dão certo, e não há o que fazer sobre isso. Às vezes é preciso um pouquinho mais de força, e nem sempre a encontramos. Às vezes só precisamos de um abraço, mas é tão difícil achar alguém que não te julgue. Amei errado. Amei demais. Amei ao contrário. Eu estou cansada de ouvir que o tempo vai resolver tudo. Estou cansada de esperar por dias, semanas, meses e eternidades que nunca passam.

sábado, maio 07, 2011

Maldito destino


Eu sempre tive sorte. No geral, eu conseguia tudo que queria, e dificuldades não faziam parte da minha rotina. Talvez por isso eu sempre tenha pensado que quando o amor aparecesse para mim, seria fácil. Achei que seria doce, simples, bonito, uma seleção de melhores cenas de algum romance. Achei que, como num filme, sempre estaria em meu olhar aquele brilho especial, que meu sorriso seria diferente, que minhas lágrimas seriam de felicidade. Então aconteceu. E no começo eu tive certeza da minha sorte. Me vi protagonista daquela história que todos sonham viver desde pequenos. Mas a sorte me deixava de lado aos poucos, e aquilo que todos reviram os olhos e fingem não acreditar começou: o sofrimento. Eu sinto sua falta, porque o destino é uma merda, e agora estamos longe. Eu vejo seus olhos toda vez que fecho os meus, e mal consigo acreditar que o tempo não está resolvendo isso. Eu te encontrei por acaso, dizem que isso é o destino. Então por quê você tem que ir embora? Agora o que me resta é um olhar morto, um sorriso amarelo, lágrimas salgadas. Começo a pensar que o destino se entediou com nossa felicidade e resolveu nos pregar uma peça, mas logo não quero mais pensar, porque as lembranças fazem tudo doer.

quinta-feira, abril 21, 2011

Dor


   Há quem diga que mais vale um braço quebrado que um coração partido. Não posso discordar. Um braço quebrado dói, um coração partido dilacera. Um braço quebrado leva um tempo para curar, um coração partido uma vida. Uma visita ao hospital, um molde de gesso, o braço está inteiro novamente. Uma visita à casa do garoto, uma foto, o coração está feito em mil pedaços, e mais, se espeta. Pedaço contra pedaço se comprimem, dá pra sentir, tentam encontrar seu lugar mas não há receitas médicas para ajudar. Não há um remédio além do conhecido tempo, mas este demora tanto para fazer efeito que a dor da cura se confunde com a dor da ferida.
  Não consigo ficar parada, me mecho e a cada movimento dói mais. A essa altura, caquinhos de coração já se espalharam por toda parte e perfuram cada centímetro de minha pele. Durante o dia, meu corpo parece absorver somente coisas que fazem agravar a situação. Flores, perfumes, fotos, cartas, músicas. À noite, os lençóis com os quais me cubro me lembram sua pele. Meu travesseiro nunca pareceu tão duro, perto às lembranças de minha cabeça apoiada em seu ombro.
   Ao crescermos aprendemos a não chorar mais com dores físicas, elas existem, estão lá, sendo sentidas, mas não demonstramos isso. Se ao menos isso acontecesse com minha dor emocional, eu conseguisse uma maneira de parar de chorar, gritar, murmurar, é, eu desejaria crescer rápido.

sábado, abril 16, 2011

Café com chuva


Essa noite eu tive um sonho. Sonhei coisas bobas, como achar uma nota de dez reais no chão e uma visita de meus pais. Tudo bem, acordei pela metade e passei alguns minutos achando que tinha sido realidade. Verifiquei minha carteira, não havia nenhuma nota de dez reais. Liguei para meus pais, não houve visitas. Finalmente acordei do sonho. Lembrei de você, dos nossos beijos, abraços, risadas, olhares. Foram sonhos também? Quem sabe um sonho da noite anterior, ou até algo que eu pense todas as noites ao fechar os olhos. Procurei seu número para te ligar, não achei. Foi um sonho? Procurei uma foto nossa, não achei. Foi um sonho? Procurei uma carta, nada. Foi um sonho? Até aquele livro que ganhei, eu tinha certeza que estava no armário, mas sumiu. Ou nunca existiu? Foi um sonho? Peguei uma xícara de café, abri a janela e vi que caía uma leve chuva. Foi um sonho? Não, foi um erro.

sexta-feira, abril 01, 2011

 Ela o amava como uma sonhadora, que se encanta com aquela nuvem que parece ser feita de algodão-doce. Acontece que uma hora a nuvem se desfaz e a sonhadora percebe que era só isso: uma nuvem. E, ainda assim, ela agradece por não formar uma tempesta

sexta-feira, março 11, 2011

Não te preciso, mas te quero


Venho te informar que não preciso de ti para ser feliz. Não preciso dar um sorriso toda vez ao te ver, nem ter sempre boas lembranças. Dependência não é uma palavra que se encaixe em meu dicionário, tampouco em minha vida. Mas se me perguntares se quero ser feliz contigo, digo que sim. Digo que gostaria que fostes tu um motivo para me fazer sorrir, ao menos uma vez. Mas não és tu minha necessidade, se não meu desejo.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011


   Eu gostaria de poder dizer que não te amo mais. Minto, gostaria de realmente acreditar que não te amo mais. Ou, pelo menos, aprender a mentir um pouco melhor. Talvez eu pudesse aprender a mentir com os olhos? Não só com os olhos, mas com meu corpo inteiro. Eu gostaria de conseguir disfarçar a luta que há dentro de mim toda vez que passo por você. Não quero te odiar, nem acabar com todos os sentimentos que há dentro de mim. Não quero que você se torne um nada para mim, você ainda me faz bem, e tenho certeza, sempre fará. Queria ter o poder de transformar os sentimentos: não os seus, mas os meus. Se eu pudesse ecolher, não pensaria em fazer você me amar como te amo, mas sim mudar o que sinto pelo mais apropriado.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Eu quero você inteiro e a minha metade de volta


  É estranho pensar no começo. Antes era só "ele" e "eu", isso, nem ao menos um "você", já que eu não te conhecia. Em um dia, era apenas um garoto que eu via às vezes, mas não olhava. O garoto que era amigo de quase todas minhas amigas, mas que nunca trocou uma palavra comigo. Noutro dia, mais parecia que éramos melhores amigos de infância do que recém-conhecidos. Confesso que me encantei contigo, como amigo primeiro. Era maravilhoso ter alguém tão parecido comigo. Você gostava de rock, tomar banho quente mesmo quando estava calor, dormir com ventilador mesmo quando estava frio. E gostava de mim. É, me contaram isso. Não apenas uma vez, não só uma pessoa. Mas quase sempre que encontrava algum conhecido em comum, eu ouvia um comentário. Por que todos sabiam? Por que você não havia me falado? Lembro-me do nosso primeiro beijo. Encontrei-o por acaso numa pracinha e aconteceu. Não acredito em destino, mas se isso realmente existe, o nosso está entrelaçado.
  Não acho justo que tenhamos que abrir mão de estarmos juntos agora, seria este um dos momentos em que o tal destino está bagunçado? Se for, tenho certeza que alguma hora tudo estará arrumado. Pelo menos é isso que acredito, o que mais desejo. Quero te ver, meu amor. Quero realizar os planos que fizemos juntos. Quero que você continue me mudando, me fazendo acreditar em coisas que existem mas poucos enxergam. Sim, eu era muito diferente antes de você, poderia dizer que até fui uma pessoa vazia.Confesso que mal consigo me lembrar dessa época, já que agora você ocupa cada espaço dos meus pensamentos.
  Nunca estivemos tão longe, mas às vezes te sinto mais perto de mim que em qualquer momento que já tivemos juntos. É uma coisa que vem de dentro, envolve toda minha mente e esmaga meu coração, até que esse sentimento pavoroso consegue sair e meu corpo denuncia o que se passa lá dentro. As pessoas percebem, elas questionam, algumas duvidam, outras tentam me convencer de coisas que não concordo. Não acredito nelas, pois elas não se sentem como eu. É como se você tivesse feito parte de mim e agora está em falta. Meu corpo, minha consciência, minha alma sentem falta de ti. Eu te amo mesmo, e quero acreditar que serei para sempre sua, e você para sempre meu.

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Silêncio


Pode parece engraçado, mas costumo medir as pessoas pelo seu silêncio. Palavras são importantes, mas o silêncio de alguém parece me dizer tão mais. Dá para saber quanto mais esperto é quem cala no momento certo ao invés de se atrapalhar em palavras? Conhece-se um bom relacionamento não pela conversa, ou pela risada, ou contato, mas sim pelo silêncio. Quando estamos ao lado de alguém querido, o silêncio ao seu lado nunca é constrangedor. Alguns segundos de silêncio ao lado de um desconhecido me parecem muito mais cruéis do que horas ao lado de um amigo - ou um amor. Teu silêncio, meu amor, me acalma melhor até do que tuas palavras bonitas. Costumam dizer que as palavras se vão com o tempo, e o silêncio? Nunca ouvi nada que afirmasse que este também não houvesse verdadeira duração. De repente eu me esqueço de tuas palavras, mas será que esquecerei de como me senti quando estava ao teu lado, ambos quietos? Sei que me lembrarei sempre do som da tua respiração - é tão inconfudível quanto tua voz, teu olhar, teu cheiro. É que você parece um pedaço perdido de mim.

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Acabaram as férias, voltando ao ritmo de blogueira assídua! Como senti falta disso aqui... O que vocês fizeram nas férias?